Iniciativa pioneira de Barreiras une proteção aos animais e educação para um trânsito mais humano e consciente.

Barreiras, no oeste da Bahia, se tornou recentemente palco de uma importante inovação urbana ao implantar faixas exclusivas para a travessia de animais domésticos, conhecidas como “patadestres”. A iniciativa, pioneira na região, causou polêmica nas redes sociais — mas é, acima de tudo, um ato de respeito à vida e uma lição de cidadania e educação no trânsito.

Educar para preservar: por que as patadestres importam?

As patadestres não são apenas marcações no asfalto: elas são instrumentos pedagógicos, que comunicam aos motoristas e pedestres a necessidade de atenção e empatia no trânsito. Com elas, a cidade incentiva a redução de velocidade, o aumento da atenção nas vias e o respeito a todos os seres vivos que compartilham o espaço urbano.

A presença de animais nas ruas é uma realidade em muitos centros urbanos. Muitos são pets que escapam de casa ou vivem em situação de abandono, e que correm risco constante de atropelamento. A sinalização específica alerta motoristas e reforça a importância de dirigir de forma responsável e preventiva, valores que são pilares da educação para o trânsito.

Barreiras se junta a uma rede de cidades conscientes

Outras cidades brasileiras também já adotaram medidas semelhantes, mostrando que cuidar dos animais e promover um trânsito mais seguro pode – e deve – caminhar junto:

Exemplos além do Brasil

Em Ancud, no Chile, faixas com patinhas amarelas foram criadas para conscientizar sobre a travessia de cães nas vias. Cidades em países como Canadá, Austrália e Alemanha também já adotaram travessias com sinalização específica para animais, tanto domésticos quanto silvestres.

Ancud

Canadá

Alemanha

Patadestres: mais que faixas, uma mensagem clara

A proposta é simples, mas poderosa: todos têm direito à segurança no trânsito, inclusive os animais. As patadestres promovem o debate, geram consciência e ensinam, sobretudo às crianças e jovens, que o trânsito é um espaço coletivo que exige respeito, empatia e atenção contínua.

Conclusão: educação que atravessa gerações

Ao criar as faixas patadestres, Barreiras planta uma semente de mudança que vai além da pintura no asfalto. Ela educa, provoca reflexão e reafirma que o trânsito só será verdadeiramente seguro quando todos forem incluídos em sua lógica de proteção — inclusive os que não têm voz, mas têm direito à vida.

Abetran, 30 de abril de 2025

Fotos 1 e 2 – Dircom – Fotos: 3, 4, 5 , 6, 7 e 8 – reprodução

George J Marques

TRÂNSITO: UMA QUESTÃO DE EDUCAÇÃO!