Como a fiscalização e a educação podem reduzir sinistros viários

O trânsito reflete o comportamento da sociedade, e no Brasil, especialmente durante o período de Carnaval, a falta de respeito às regras viárias se torna ainda mais evidente. O feriado prolongado, caracterizado por festas, consumo excessivo de álcool e grande deslocamento de pessoas, resulta em um aumento significativo de sinistros de trânsito, muitas vezes fatais. Essa realidade é preocupante e exige a atenção de autoridades, motoristas, motociclistas e pedestres para que se busquem soluções eficazes.

Comparando com países como Japão, Alemanha e Canadá, percebe-se que o respeito às leis de trânsito é mais enraizado na cultura local. Nesses países, campanhas educativas são intensificadas antes de grandes eventos festivos, e a fiscalização rigorosa faz com que os condutores tenham mais consciência dos riscos. Além disso, penalidades severas e a cultura de respeito às normas contribuem para um trânsito mais seguro. Em contrapartida, no Brasil, apesar da existência da Lei Seca e de operações especiais de fiscalização, ainda há muitos motoristas e motociclistas que desrespeitam as normas e colocam vidas em risco.

No Brasil, entretanto, o consumo de bebida alcoólica antes de dirigir ainda é uma das principais causas de sinistros durante o Carnaval. Apesar das restrições impostas pela Lei Seca, muitos condutores continuam ignorando as regras, colocando em risco não apenas suas próprias vidas, mas também a de terceiros. Em outros países, como os Estados Unidos e a Suécia, a fiscalização é ainda mais severa, com checkpoints de sobriedade e punições que incluem multas altíssimas e prisão. No Brasil, apesar dos esforços das autoridades de trânsito, a imprudência ainda é um problema recorrente, principalmente entre motociclistas, que figuram entre as principais vítimas de sinistros graves devido à vulnerabilidade de suas condições de locomoção.

As consequências do desrespeito às leis de trânsito são devastadoras. O Carnaval, que deveria ser um momento de alegria, torna-se um período de tragédia para muitas famílias brasileiras. O aumento no número de sinistros gera um impacto direto no sistema de saúde, sobrecarregando emergências e hospitais. Além disso, há prejuízos econômicos para o país, como custos com resgates, atendimentos médicos e ausência de trabalhadores vitimados em sinistros. Os impactos psicológicos também são relevantes, pois sobreviventes e familiares das vítimas enfrentam traumas que podem durar a vida inteira.

Entre as categorias mais afetadas, os motociclistas merecem destaque. Com o aumento do número de motoboys e entregadores, que trabalham sob prazos apertados e, muitas vezes, em condições precárias, a pressa e a imprudência se tornam fatores determinantes para o elevado índice de sinistros. O excesso de velocidade, o desrespeito às sinalizações e a direção sob efeito de álcool são problemas que exigem medidas urgentes, tanto educativas quanto punitivas.

A solução para reduzir essas estatísticas alarmantes passa pela educação para o trânsito desde a infância, fiscalização eficiente e punições mais rigorosas. É fundamental que a população entenda que o respeito às leis de trânsito salva vidas. O Brasil precisa seguir o exemplo de países que tratam a segurança viária com seriedade, transformando o Carnaval em uma festa segura para todos. Apenas com um esforço conjunto entre governos, sociedade civil, motoristas e motociclistas será possível reduzir os números alarmantes e garantir um trânsito mais seguro para todos.

Abetran, 27 de fevereiro de 2025

George J Marques

TRÂNSITO: UMA QUESTÃO DE EDUCAÇÃO!