Pelo menos 101.260 motoristas do Estado tiveram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) bloqueada por causa de multas desde 2013. Destes, o Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES) estima que 33.415 ainda não devolveram a carteira e estão dirigindo de forma irregular.
De acordo com o tenente do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) Luiz Felipe Freire essa “caçada” é feita durante as fiscalizações realizadas diariamente e em todas as operações são conferidas a carteira de habilitação para identificar motoristas que andam com o documento irregular.
“Abordamos os motoristas e fazemos fiscalizações, incluindo a de carteira cassada ou suspensa”. De acordo com o diretor de Habilitação e Veículos do Detran-ES, José Eduardo de Souza Oliveira, metade dos motoristas que não entrega a CNH entra com recurso.
Já a outra metade, ou ainda não sabe que está com a carteira bloqueada ou insiste em estar contra lei, dirigindo de forma irresponsável. “Quando recebe a carta de notificação de suspensão, o motorista tem a obrigação de devolver a CNH ao Detran ou entrar com recurso para ser analisado. Estimamos que apenas um terço desses motoristas com a carteira bloqueada devolve o documento”.
Para ele, as blitze são a forma mais objetiva de identificar infratores. “Muitos só descobrem que estão com a carteira suspensa quando são parados em uma blitz, geralmente porque não atualizam os dados no Detran e não recebem as notificações. Os outros são aqueles que insistem em infringir a lei, que insistem em beber e dirigir e colocar a vida dela e das outras pessoas em risco”.
De acordo com Oliveira, além da fiscalização, que é feita em parceria com o Batalhão de Polícia de
Trânsito (BPTran), que já flagrou 947 motoristas dirigindo com carteira bloqueada ou CNH, o órgão
investe também em educação para o trânsito nas escolas, campanhas educativa e mais rigidez nos cursos para novos motoristas.
Para o professor de Direito Penal da UVV e especialista em trânsito, Fabiano Contarato, os motoristas
andam com a carteira bloqueada por falta de fiscalização. “Isso acontece por causa da falta de fiscalização. O motorista sai de casa com a certeza de que não será parado em uma blitz. É a certeza da impunidade.
Reportagem de Lorrany Martins para a edição deste domingo do jornal A Tribuna.
Tribuna On Line, 29 de maio de 2017
TRÂNSITO: UMA QUESTÃO DE EDUCAÇÃO!
ABETRAN – George J Marques