091017 rj

Combater a corrupção no Detran é sua prioridade?

O combate à corrupção é uma preocupação sistêmica. O papel do novo Detran é apresentar uma cara nova, abrir suas portas,

ouvir o clamor da sociedade e não tapar o sol com a peneira. Não estou aqui para negar, mas para admitir quando existem erros e, mais ainda, para buscar ferramentas que mudem esse quadro. Para isso, criamos o Detran Conduta, unindo as estruturas da Corregedoria e da Ouvidoria. O trabalho que antes era feito por três colaboradores agora já conta com 57, sendo 18 policiais militares, dois delegados e um agente da Polícia Civil. Até meados de dezembro, serão 87 profissionais.

Vinicius Farah declarou guerra contra a corrupção no Detran-RJ. À frente do órgão desde fevereiro, o político já demitiu 92 pessoas por desvio de conduta ou mau atendimento, uma média de três por semana. Até o fim do ano, todos os postos serão fiscalizados por câmeras e receberão blitzes de surpresa. A equipe de fiscalização, que contava com três colaboradores, terá um time de 87 pessoas. Com um conjunto de medidas, o presidente do Detran pretende valorizar bons funcionários e zerar a fila de carros com a vistoria atrasada, estimada em 150 mil veículos.

O que é esse programa?

O Detran Conduta, que foi lançado no último dia 21, acompanha o dia a dia das pessoas, avaliando não apenas o mau colaborador, mas também o bom colaborador. É uma ferramenta para fazer justiça: valorizar o bom colaborador e coibir e punir o mau. Através da meritocracia, vamos construir uma pontuação, e o servidor que tiver boas práticas e vestir a camisa do Detran será validado, para que isso tenha um impacto futuro na sua melhora de salário.

Como será a fiscalização?

Até meados de dezembro, teremos todos os postos do Detran monitorados por câmeras de última resolução. Além disso, vamos aplicar a mesma ferramenta que existe na Lei Seca: os agentes fiscalizadores terão câmeras nos seus coletes. Todo o material vai para uma central de monitoramento, que será sistematicamente acompanhada por policiais. Os maus funcionários serão excluídos. No caso dos funcionários públicos, será aberto um processo administrativo.

Haverá blitzes nos postos?

Temos cinco equipes de rua que fazem visitas aos postos. Em 15 dias, fizemos mais de mil atendimentos. Os locais que serão fiscalizados são definidos com base no nosso canal de denúncias, que aponta os que têm mais irregularidades.

As novas contratações serão mais criteriosas?

Hoje, ninguém é admitido no Detran sem passar pela avaliação da corregedoria, que verifica seus antecedentes criminais. Esse critério não existia. As pessoas chegavam com o currículo e era avaliada sua formação profissional. Agora, o primeiro pré-requisito é a avaliação da Polícia Civil. Se a pessoa tiver qualquer antecedente, mesmo com o melhor currículo, não é admitida.

Esse conjunto de ações vai acabar com a corrupção no órgão?

Nenhuma ferramenta ou programa muda o caráter das pessoas. O que estamos fazendo é cumprir nosso papel enquanto órgão público. Desde que assumi, em fevereiro, já exonerei 92 pessoas, entre comissionados e terceirizados, por corrupção ou mau atendimento.

Que tipos de mau atendimento serão punidos?

A gente recebe muitas reclamações, por exemplo, de idosos ou deficientes que vão ao Detran e são mal atendidos. Ou são recebidos de forma deselegante. Há casos em que a pessoa chega faltando dez minutos para encerrar o atendimento e o atendente diz que já parou de atender. Ou seja, uma série de comportamentos que precisavam de uma blitz.

Outra novidade é que veículos com até cinco anos de fabricação não precisarão fazer vistoria, a partir de 2018. Como se deu essa decisão?

A primeira coisa que fizemos ao assumir o Detran foi checar a demanda reprimida de entrega de serviço. Hoje, há algo em torno de 150 mil vistorias pendentes. Em seguida, percebemos que essa questão da vistoria a partir do terceiro ano de uso não tinha um critério claro. Enquanto 90% das montadoras dão cinco anos de garantia para seus veículos, por que o Detran exigia três? Você colocava um carro com quatro anos de uso no posto, tirando a vez de outro com mais tempo de fabricação. Baseado no suporte das montadoras, estendi o prazo para cinco anos, a partir de 2018. Com isso, esperamos em meados do ano que vem zerar toda a demanda reprimida.

E a taxa de vistoria?

As pessoas reclamam muito da taxa de vistoria, mas poucos sabem que 20% do que se arrecada vão para a Secretaria do Meio Ambiente e são investidos em projetos ambientais. Além disso, o Rio, único estado da federação a exigir a vistoria veicular, é o que tem a melhor frota de veículos circulantes.

Extra, Pedro Zuazo  081017

 

TRÂNSITO: UMA QUESTÃO DE EDUCAÇÃO!

ABETRAN – George J Marques