Vivo no Trânsito
Responsável: Marccelo Pereyra
Em uma década, recursos públicos para mobilidade caem a menos da metade.
A mobilidade urbana no Brasil é uma vergonha. Mais do que isso, é um peça de enganação do poder político que a utiliza para suas benesses, fruto de suas propagandas eleitoreiras.
Enganar o povo brasileiro é a especialidade da máquina pública. A incapacidade de compreensão da realidade, é um gigantesco problema social do povo brasileiro, que se escora e se contenta com os conteúdos programados e veiculados propositalmente para iludi-lo, na medida certa da sua opinião e do seu consentimento.
Me deparei com essa matéria do Jornal O GLOBO, que desvenda a realidade da mobilidade urbana no Brasil, contrapondo todo o discurso das autoridades competentes que envolvem o setor.
E como alguém que descobre o segredo de uma mágica, desbancando aquele que a faz, descobri que existem vários mágicos no Brasil que contribuem para iludir, confundir e enganar milhões de pessoas, ao mesmo tempo, na prática de um espetáculo que funciona e se perpetua na sociedade brasileira.
Esse fenômeno de cilada social, onde opera o discurso e não a ação, merece uma atenção e um estudo maior da sua funcionalidade. Acorda povo brasileiro!
Fonte: CÁSSIA ALMEIDA E BEATRIZ COUTINHO Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. O GLOBO | Domingo 11 .6 .2023 | Pg.17
Uma sociedade que se desenvolve é uma sociedade que está atenta aos seus direitos e deveres. Mais do que isso, é uma sociedade exigente que se informa e se defende da exploração comercial dos maus prestadores de serviços que surgem a todo instante.
Porém, uma sociedade sem esses atributos, é uma mera depositária dos desserviços e do atraso, sendo ela mesma, vítima de suas mazelas e de seu eterno subdesenvolvimento.
A modalidade de transporte público em veículo de duas rodas, leia-se motocicletas, através dos aplicativos existentes no país, é um completo desrespeito ao seu usuário e uma arbitrária afronta às Leis de trânsito, sem que nenhuma das partes (usuário e autoridades) reajam à sua irresponsável e descabida prática.
Senão vejamos a condição de transporte a que está sujeito o usuário. Não possui nenhum equipamento de segurança para ser transportado, a não ser um capacete sujo, utilizado por outros usuários, que ele coloca em sua cabeça, respirando as impurezas do passageiro anterior, e vulnerável a um contágio bacteriano ou virótico qualquer. Já ouvi casos de passageiros que contraíram piolho e herpes.
Motocicletas em mal estado de conservação, sujas e amassadas, com lanternas quebradas e sem nenhuma identificação de veículo de transporte público.
Motociclistas com domínio de direção duvidoso, inseguro, principiante e sem nenhum treinamento ou habilitação oficial para transporte público de passageiros.
Tal qual aos ônibus que trafegam por nossas ruas e avenidas, num estado caótico e desumano, amassando pessoas e triturando vidas, o transporte público de aplicativos para motocicletas segue o mesmo caminho, sem que nenhuma medida seja tomada para garantir a comodidade, a segurança e a dignidade da população que o utiliza.
As estatísticas de acidentes? Ah sim, os números de traumas, invalidez permanente e mortes, continuam assustando e entristecendo nossa história, no trânsito e na vida de uma sociedade de terceiro mundo.
Marccelo Pereyra